sábado, 2 de abril de 2011

Highway to Hell

A diversão de assistir ou ler histórias policiais é, para mim, tentar descobrir a solução antes do protagonista. Nas melhores histórias, você erra e se surpreende com a solução, mas durante a história você torce pelo protagonista. Histórias bem ao estilo Sherlock Holmes, em que você se debruça sobre o livro e o devora como se estivesse assistindo um filme de ação. Na maioria das vezes, o protagonista é o mocinho, e confronta os bandidos e por fim acaba vencendo. Porém, mais interessante que as histórias onde o bem sempre triunfa sobre o mal, são aquelas em que isso nem sempre é verdade. Histórias de anti-heróis atraem tanto ou mais do que aquelas em que o mocinho sempre vence no final. Como toda boa história, você se pega torcendo pelo protagonista. Porém, em histórias de anti-heróis, você acaba querendo que o mal triunfe...

Mas o que é o mal? Apenas uma questão de perspectiva? A estrada para o inferno está cheio de boas intenções. No fundo, no fundo, os "vilões" na verdade tem um motivo nobre. A diferença é que eles não medem esforços para alcançá-los e acabam se utilizando de meios não muito éticos ou humanos. Mas tais fins, que acabam justificando os meios, são sempre muito nobres.

É mais ou menos nessa perspectiva que se baseia o anime (animação japonesa) "Death Note". Em inglês, Death Note significa caderno da morte, embora o caderno em si seja apenas um instrumento...

A história se passa nos dias atuais, no Japão. Yagami Raito (As traduções ocidentais mudam seu nome para "Light" Yagami) é um estudante brilhante que tem uma vida perfeita, mas é entediado. Ele acredita que o mundo esteja podre, porém não tem poder para fazer nada a respeito. Isso muda drasticamente quando, saindo de sua escola, ele encontra no chão um caderno negro, com os dizeres "Death Note" na capa. É um caderno em branco como qualquer outro, a não ser pela sua primeira página. Nela, estão instruções, que explicam que o humano que tiver seu nome escrito no caderno... Morrerá.

Com uma série de regras diretas, o Death Note se prova ser real, e não só mata, mas também permite definir a causa da morte e as ações que a vítima executará antes de morrer. Porém, nada vem de graça. Ao final de alguns dias com o Death Note, Raito recebe a visita do dono do caderno. Ele pertence a um Shinigami, um deus da morte da mitologia japonesa. Esse Shinigami, chamado Ryuku, diz que deixou seu caderno cair no mundo humano porque estava... Exatamente como Raito... Entediado.

A partir daí, vemos o verdadeiro significado da expressão "poder corrompe". Raito, antes um estudante simples, decide usar o caderno para limpar o mundo do mal, escrevendo nele nomes de criminosos. Seu plano, cuidadosamente traçado, prevê que, ao final de seu trabalho, ele criará um novo mundo no qual ele será a justiça absoluta, o juiz de toda a terra... Um Deus.

Porém suas ações não passam despercebidas, e o melhor detetive do mundo inteiro, conhecido apenas como "L", se compromete a pegar o assim apelidado pela mídia "Kira". Porém ele terá se esforçar mais do que o normal para pegar um criminoso que não deixa vestígios e não precisa de nada mais que o nome e o rosto para matar...

A história se desenrola como um conto policial dos melhores, com jogadas de mestre de ambos os lados. O anime é emocionante de assistir, e mais ainda de tentar prever os movimentos de cada um dos lados... Mas não se engane: Yagami Raito é inescrupuloso e cruel, e não medirá esforços para atingir seu novo mundo. Desde matar pessoas inocentes a usar as pessoas que mais ama, nada será exagero para que Kira crie seu novo mundo. Porém o processo o mudará mais do que ele imagina...

Escrito por Tsugumi Oba e ilustrado por Takeshi Obata, Death Note, mangá que virou anime, é essencial para quem gosta de histórias de suspense e policiais.


 


 


 

"I'm on the highway to hell"

Highway to Hell

AC/DC

Highway to Hell

Columbia Records


 

2 comentários:

  1. Oi, Vitor!
    Eu também adoro histórias policiais. Você já leu alguma coisa do Georges Simenon? Ele tem um personagem, inspetor Maigret, que é sensacional. Vale a pena ler.
    A propósito, o fato é que vc está me dando muito trabalho. A cada post seu a lista de livros e filmes que quero ler e assistir só aumenta. Dessa forma, acho que só volto aqui ano que vem.
    Feliz Natal!
    hohoho

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  2. Putz, Vi, depois de vermos um menino de 24 anos matar 12 crianças na vida real e bem pertinho d nós, é assustador pensar em histórias d pessoas q acreditam q podem ser Deus... E encontram justificativa para fazer o q fazem... Como seria bom q as pessoas pudessem extravasar suas neuras lendo ou escrevendo...
    Mudando de assunto, lendo o post da Helo, digo q Maigret é uma boa lembrança da minha adolescência. Um cara humano, q não acertava sempre. Good guy, mas torturado. Ótima leitura. Outro q eu amava era Arsène Lupin de Maurice Leblanc. Esse era um ladrão, lindo, inteligente e sempre se dava bem ;-) A-do-ra-va!

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